terça-feira, 10 de junho de 2014

Águas de Janeiro

Em um dia primeiro, em Janeiro.
Você surge como quem não quer nada, convidativo, camarada. Logo na primeira ligação depois de um ano, você já me causa um serio dano: a incerteza. Um dos meus pontos fracos e você sabe com total certeza de que meus pontos fracos entram em evidência quando juntados a minha carência. Carência que a minha pele tem dá tua. Um desejo que estou sempre pronta a conceder. Novamente, você. Ceder é o que mais tenho feito desde a tua vinda, mesmo sem compreender e saber lidar com as suas tantas idas. Idas que viram vindas e novamente idas, como bem quer.  
Um jogo de bumerangue, você faz o movimento. Eu sou o objeto. Você me arremessa no ar, para longe... Calcula os ângulos. Eu pobre, iludida, uma vez distante penso haver somente a ida. Assim quando penso em tentar ir em frente -mesmo sofrida-, me vejo em curva, sem tempo para a "ida". Como você calculou. Me tem novamente cedente, mas logo me arremessa ao ar subitamente. Teu ego maldito, meu orgulho carente. Cá entre nós, você mente! Me lança ao vento cortante dizendo me ver amanhã. Porém sei que me lançaste sem medir dessa vez. Mais uma de tuas idas, somente porque sabe do bumerangue infalível por qual me tens, me joga... por instinto e carência impulsivamente voltarei a suas mãos. Você sabe quando, afinal sempre calcula os ângulos como te convém. Eu é quem nada sei, apenas fui lançada ao ar, sei apenas que te verei novamente e ai me terá em suas mãos tão pertencentes do meu corpo. Você é agua de janeiro.
Então espero a ligação que receberei no ano novo futuro pra te saciar e fazer-me necessária de novo. Aguardo o dia primeiro, meu camarada de Janeiro.

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