segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Café e vida morna.


Porque logo agora esse gosto de lágrima, essa vontade de gritar, um grito mudo? É uma sensação estranha ao acordar.  Se for só chorar que passa, porque essa maldita lágrima não desce? – São tantas perguntas para as quais nem eu e imagino que nem você,  tenhamos respostas.
Tudo isso vem dá vontade: Vontade com a qual fui dormir ontem, vontade com a qual acordei hoje.
Ah, vontade! De ser bem mais, vontade de acordar em outra cama, de ter outra vida que não a minha, mania de querer tudo diferente.
A preguiça de levantar da cama, um fardo. O chão gelado que meus pés tocaram, assim como é gelado o desgosto. A claridade da manhã, aquele sol radiante que até parece tentar obrigar a gente a ser feliz, a se alegrar. Mas eu não me alegrei, não hoje.
E segui em passos vagarosos, arrastados.
Servi para mim uma xícara de café, aquele café morno. Não serve!
Nada me parece bom o suficiente hoje, eu não sou o suficiente, essa vida não é o suficiente, não tem sido faz tempo!
Contudo, tomei aquele café morno, de gosto ruim, gosto nenhum.

Porque é assim mesmo, tem dia que dá vontade, mas você engole do jeito que der e pensa que poderia ser tudo diferente, você, a vida, o café, porém não vai ser. Não hoje.