segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Café e vida morna.


Porque logo agora esse gosto de lágrima, essa vontade de gritar, um grito mudo? É uma sensação estranha ao acordar.  Se for só chorar que passa, porque essa maldita lágrima não desce? – São tantas perguntas para as quais nem eu e imagino que nem você,  tenhamos respostas.
Tudo isso vem dá vontade: Vontade com a qual fui dormir ontem, vontade com a qual acordei hoje.
Ah, vontade! De ser bem mais, vontade de acordar em outra cama, de ter outra vida que não a minha, mania de querer tudo diferente.
A preguiça de levantar da cama, um fardo. O chão gelado que meus pés tocaram, assim como é gelado o desgosto. A claridade da manhã, aquele sol radiante que até parece tentar obrigar a gente a ser feliz, a se alegrar. Mas eu não me alegrei, não hoje.
E segui em passos vagarosos, arrastados.
Servi para mim uma xícara de café, aquele café morno. Não serve!
Nada me parece bom o suficiente hoje, eu não sou o suficiente, essa vida não é o suficiente, não tem sido faz tempo!
Contudo, tomei aquele café morno, de gosto ruim, gosto nenhum.

Porque é assim mesmo, tem dia que dá vontade, mas você engole do jeito que der e pensa que poderia ser tudo diferente, você, a vida, o café, porém não vai ser. Não hoje.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Hora de falar do possível fim


Nós dizíamos que nunca nos tonaríamos estranhas, que nunca brigaríamos por motivos torpes e juramos nos importar uma com a outra. E veja só, hoje somos tudo aquilo que não queríamos ser, se eu chorar para você é frescura, se você não buscar entender acho falta de consideração, meus assuntos são desinteressantes ao seu ver, mas você também não quer falar de você... Tantas diferenças foram se tornando um vão cada vez maior! Aquele coleguismo estável. Amigas? Fico pensando bem nessa palavra e já não sei até que ponto ela se enquadra no que vivemos hoje, consideração talvez?! Conversas vazias, preenchimento de tempo (ou nem isso mais, já que mal passamos algum tempo juntas), magoas que foram tapadas e esquecidas, guardadas (esse é o perigo).
Se me dissessem que um dia escreveria sobre um possível fim de algo tão verdadeiro eu negaria, mas o tempo, atitudes, consequências e os erros de ambos os lados nos trouxeram até o presente momento em que minha mente sabe que já não somos como antes mas o coração luta pelo sentimento de irmandade que construído foi. Porém é como uma construção que já não tem pilares tão fortes, você sabe que uma hora ou outra, mais dia menos dia ela desaba, deixa destroços por toda parte e o que resta é limpar a bagunça.
 Nós nos perdemos em alguma esquina, e aquilo que era tão nosso hoje já é meu só, e a sua parte cabível a você, nada de compartilhado. O que anda nos mantendo ainda próximas é conhecido como a tal convivência e um dia até mesmo ela acaba.
 E ai, será o fim, ou algo assim se reconstrói?

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Mascarando sentimendos

 Não sei usar mascaras.
 Sou aquilo que posso ser.
 Nunca soube mascarar a intensidade daquilo que sinto, pra que me fingir se tem algo rasgando o peito?
 Colocar a mascara? Não, obrigada. Dou a cara a tapa, o coração doido bate verdadeiro, hora e outra remendável -consequência por eu não usar mascaras.
Só não me enxerga de verdade quem não quer, ou não prefere.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Ele me ama, ele sempre me amou.


Arrisco dizer que há momentos que mudam a nossa vida...
Sei que andas sempre ao meu lado, e que sempre que preciso me escutas. Porém sinto que a cada dia e a cada vez, é diferente, é tudo novo e sempre me deixa mais e mais contente!
 Já a algum tempo que trilho nos teus caminhos, pois sempre foi o melhor para mim, e, mesmo assim eu teimosa como sempre fui, resolvi tentar sozinha, e até consegui. Contudo, do que me adianta se eu não estiver em paz, me sentindo segura? Não demorou muito para que eu sentisse a sua falta!
 Estava me tornando vazia. Não tinha mais vontade de continuar em frente, muita coisa se perdeu quando eu me perdi. Não devia ter desistido do que era o melhor pra mim, então chorei. Diante das minhas lágrimas percebi que era e sou fraca sem ti!
 Por mais que eu soubesse que ainda me amava apesar de tantos erros, apesar de eu estar te negando e não sendo digna de tanto cuidado e amor que nunca deixou de ter comigo... Por mais que soubesse de tudo isso, ainda continue relutante - o ser humano tem essa falha enorme de achar que é dono de si e isso basta -, minha relutância só me causou mais dor, porque eu sempre escultei a sua voz e agora ela ainda me chamava suavemente e me alertava dos perigos que eu corria e você me dizia que mais dia, menos dia sem você eu cairia, eu falharia.
 Me senti pequena, quase inexistente. Mas o Senhor me olhava sem eu perceber, enviou livramentos, pessoas e palavras tuas a mim, e eu, ainda relutante. Continuei me prostrando diante de Ti nas noites tão frias, chorei um choro amargo, um choro de dor, de perda, de erros, um choro doloroso de quem pede socorro. Choro de quem pede perdão! Ali entendi depois de tanto tempo, uma lição que ninguém poderia me ensinar, o que era realmente um quebrantado coração, aprendi o quanto foi valioso o teu sacrifício por me amar, entendi que por mais que eu ousasse caminhar como bem queria, não chegaria muito além sem que você me sustenta-se
 Mesmo tão fraca, sentindo o coração a me sufocar corri para os teus braços... me senti em casa novamente, sabendo que não havia nada melhor do que estar em tua presença..
 Quando penso que já me revelaste o quanto és maravilhoso, ainda me surpreende. Tenho a cada dia mais certeza de que sou filha de um Rei e herdeira de suas promessas!
 Só posso terminar dizendo o quanto te amo Deus, e te agradecendo somente, por tudo que és para mim, pelos cuidados mesmo diante das minhas fraquezas, por não desistir de mim em momentos que até eu mesma já tinha desistido. Sou muito grata pelo tão maravilhoso Pai que tenho.
 Amém.

"Soprou em minhas narinas a vida que devo a Ele. Sonhou pra mim um sonho tão lindo, vivo pra Ele"

terça-feira, 10 de junho de 2014

Águas de Janeiro

Em um dia primeiro, em Janeiro.
Você surge como quem não quer nada, convidativo, camarada. Logo na primeira ligação depois de um ano, você já me causa um serio dano: a incerteza. Um dos meus pontos fracos e você sabe com total certeza de que meus pontos fracos entram em evidência quando juntados a minha carência. Carência que a minha pele tem dá tua. Um desejo que estou sempre pronta a conceder. Novamente, você. Ceder é o que mais tenho feito desde a tua vinda, mesmo sem compreender e saber lidar com as suas tantas idas. Idas que viram vindas e novamente idas, como bem quer.  
Um jogo de bumerangue, você faz o movimento. Eu sou o objeto. Você me arremessa no ar, para longe... Calcula os ângulos. Eu pobre, iludida, uma vez distante penso haver somente a ida. Assim quando penso em tentar ir em frente -mesmo sofrida-, me vejo em curva, sem tempo para a "ida". Como você calculou. Me tem novamente cedente, mas logo me arremessa ao ar subitamente. Teu ego maldito, meu orgulho carente. Cá entre nós, você mente! Me lança ao vento cortante dizendo me ver amanhã. Porém sei que me lançaste sem medir dessa vez. Mais uma de tuas idas, somente porque sabe do bumerangue infalível por qual me tens, me joga... por instinto e carência impulsivamente voltarei a suas mãos. Você sabe quando, afinal sempre calcula os ângulos como te convém. Eu é quem nada sei, apenas fui lançada ao ar, sei apenas que te verei novamente e ai me terá em suas mãos tão pertencentes do meu corpo. Você é agua de janeiro.
Então espero a ligação que receberei no ano novo futuro pra te saciar e fazer-me necessária de novo. Aguardo o dia primeiro, meu camarada de Janeiro.

sábado, 24 de maio de 2014

Tempo passado, cirurgias, inspiração e "gente grande"


 E aqui estou mais uma vez, me dizendo que vou voltar a me empenhar. Mas quantas vezes já "voltei" nessa velha história? Porém, faz algum tempo que deixei de ver como defeito essas minhas inconsistências e mudanças repentinas, estou sempre em movimento, mudando de opinião, de jeito, de projetos, mas, isso deixou de ser algo ruim.
 Estive afastada do blog por um tempinho, e durante ele encarei uma cirurgia para correção de um pequeno estrabismo (que a propósito já devia ter feito a muito tempo, mas desde criança tenho muito medo de cirurgias e um estremo pavor de agulhas), o fato é realizei a cirurgia e tudo correu muito bem, a recuperação foi a parte mais difícil (me manter longe da internet, do celular e dos meus amados livros) porém sobrevivi.
 E assim, depois de todo esse processo de afastamento me comprometo novamente com o blog (dessa vez sem abandonar o projeto).
 Novas inspirações me surgiram e me sinto contente com isso, é algo que gosto de fazer sempre que tenho um tempo, escrever, criar novas ideias, sempre tive uma queda por publicidade e letras, já até mesmo pensei em cursar alguma das duas áreas, mas acabei me encontrando na psicologia (só que esse é um assunto para outro post).
 Agora com tudo explicado, deixo esclarecido aqui que minhas demoras em escrever e cuidar dos meus outros projetos é justificado pelo momento "gente grande" que todos vivemos em alguma hora, trabalho e focar nos estudos tem me sobrecarregado a energia. Contudo, tentarei ao máximo me conciliar com meus horários, organizar e continuar cuidando dos meus tantos projetos entre eles, o blog.
 Como eu disse no começo, vou voltar a me empenhar!
 Atenciosamente,

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Inquietude do ser invisível

A alma está inquieta,
Não consigo dizer as palavras certas, elas estão mudas.
A alma está inquieta,
Procuro a minha culpa.

A alma está inquieta,
Ando calada,
 Minha vontade persiste.

A alma está inquieta,
Tenho me sentido uma história triste,
Pesada, maçante
 e muito longa para ser lida,

A alma está inquieta,
Estou invisível,

E não! Não há vantagens nisso.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Obsoleto



Nada de pressa, se aquieta e não transborda. Lembre - se que você enquanto copo de vidro é frágil... estas mãos que voltaram a rodear-te e seguraram-te para si, já te soltaram outrora e ainda são inseguras.
 Você, copo, foi deixado na beira da mesa de propósito, para cair e assim aquelas mãos tão suspeitas diriam que foi queda por acidente.
 Obsoleto, é isto a única coisa que aqueles olhos veem em você, fraqueza.  E na hora do nervosismo, em que seu conteúdo tremia dentro de você, as mãos que se encheram de ego lhe arremessaram ao chão sem a menor sombra de dúvida de que você se partiria  em pedaços.
 Nem se quer se preocupou em recolher teus pedaços - você não era digno de reciclagem-, calçou os sapatos de couro, firmemente pisou-te, ou melhor, pisou em teus fragmentos, aumentando a sua dor – dor esta que sentia impotente e calado.
 Você ali, partido em mil pedaços, um dia fora copo leve e transparente e foi essa mesma inocência que te levou ao que é hoje: caco de vidro, espalhado pelo chão para que tanto aqueles pés decididos e tão vorazes que conheces bem, quanto qualquer estranho te pisem.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

No escuro

 Neste local escuro, onde sombras se unem, o medo se esquece e o momento é o que aquece.
 Sinto, toco, respiro.
 Sou sentida e tocada, embriagada pela tua respiração...
 Você me busca, me sente, me toca, me tem.
  No escuro e agora,
  sou tua refém.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Vida surpresa

 Reencontros que outrora foram despedidas.
 O adeus que jurou nunca ser "partida".
 Mas que permaneçam as incertezas da vida.
 Gosto de surpresas.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Dois lados da mesma moeda


 
Há o lado espontâneo, cativante, o lado que ri e se diverte, não se importa muito, esquece um pouco da responsabilidade. Um lado mais leve pra levar a vida, um lado longe da preocupação, que não vai criar tantas expectativas.
  O outro lado leva um pouco mais de tempo pra se conhecer, o lado de dentro, que carrega cicatrizes, um lado que tem uma história a contar, aquele lado meu que vai querer conversar, que precisa de atenção e de um pouco mais de paciência, um lado que muita pouca gente eu deixo conhecer, um lado frágil e meio amargo, um lado que quer ouvir a pergunta “está tudo bem de verdade?”... Um lado mais real e um lado pelo qual você não pergunta.
 Vejo o quanto é difícil lidar comigo, me enjoo e, perco a esperança em mim mesma, entro em crise e esse lado que leva um tempo a mais, transborda, me invade, é avassalador. Então compreendo a sua falta de atenção, mas não posso ignorar nem o lado que você prefere, nem esse lado que é tão frágil, sem ele seria uma moeda fora de circulação.
  A moeda só é completa quando tem os dois lados, se você não se importa com o lado mais difícil de mim, então me sentirei sempre incompleta diante de você.